Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Francesinha

Neste blog vou falar de tudo o que me passar pela cabeça, coisa positivas, desabafos, curiosidades, preocupações, outros.

A Francesinha

Neste blog vou falar de tudo o que me passar pela cabeça, coisa positivas, desabafos, curiosidades, preocupações, outros.

05/08/16

Nada muda, nem mudara

Eu sempre digo « ja chega ! » mas acabo sempre por tentar ajudar na mesma, tento sempre mudar as coisas. Mesmo se ja percebi que não vale a pena ajudar quem não quer ser ajudado, eu apenas tento e tento e tento mil vezes.

Faço mais mal a mim do que bem, porque afinal nada muda. Afinal mentem sempre, e sempre repetem os mesmos erros.

Neste caso, estou a falar da minha mae..mais uma vez encontrei uma garrafa de alcool. Desta vez decidi enfrenta-la, como ela tinha pedido na ultima vez. Então fiz-o. E adivinhem? Ela simplesmente mentiu de novo: “faz mais de 6 meses que ta ai, até a tinha esquecido!” Bem, se não fosse o facto de eu olhar frequentemente la, eu até teria acreditado, mas não , era recente então disse-lhe isso mesmo. Disse-lhe também para não dizer que é um pedido de ajuda porque ja é gozar com as pessoas, porque ela não liga ao que os outros dizem. Eu ja nem conto as vezes que lhe digo “não bebas, isso so te destroi. Tu vais acabar no hospital e sabes disso. Lembra-te o que o médico disse” e ela simplesmente respondeu desta vez “eu bebo para morrer”.

Eu acho insuportavel ouvir algo assim. Não é a primeira vez, não sera a ultima. Ja lhe disse o que eu sentia por ela dizer isso SEMPRE. Para mim não é pedido de ajuda, apenas esta claramente a dizer “eu nao quero saber de ninguém, nem de familia, nem de amigos. NADA” para mim é isso que significa, um acto de egoismo. Então disse-lhe isso e claro, a culpa é nossa que nunca mostramos qualquer acto de amor.

Eu realmente sinto que ela ta a gozar comigo, que ela nao aceita o erro de qualquer maneira, sera sempre culpa dos outros. Tenho feito pequenas surpresas a ela (flores, casa limpa, perfumes, passeios, conversas entre outros) e ela simplesmente esquece essas pequenas coisas que ela diz precisar. Ela apenas nao valorisa...uma vez mais, eu disse-lhe isso.

Então claro, passamos à phase “é culpa do teu pai que nao me ama”, hey, isso é conversa a ter com ele. Eles quase que divorciaram (separaram-se por um momento, mas meteram-se juntos de novo), foi escolha deles. Em vez de tentarem falar, de mudar nao. Eles apenas falam “ eu é que trago dinheiro para casa!” (que seja por trabalho ou doença). É como hoje, tudo comecou por meu pai ter esquecido os 26 anos de casamento..mas em vez de falar disso, discutem sobre dinheiro, horas que chegam a casa, tudo menos isso. Entao a opcao mais facil: ALCOOL !

O que eu digo entra por uma orelha e sai por outra. E sou a unica que ainda tenta, a unica que fala com os dois, que os ouve, que tenta dar solucoes. Mas claro, eu nao amo nenhum, eu so estou na casa deles como num hotel, eu so estou do lado do meu pai ... Serio... porque nao realisam onde esta o verdadeiro problema? Porque nao falam entre eles?

Sempre que tento ajudar a minha mae, simplesmente me sinto desiludida, farta, quero desistir de tentar como ela desistiu. Eu realmente acho que ela esta a ser egoista, que so vê o que lhe agrada e que esquece tudo o que esta a volta dela.

 

16/07/16

Somos consumidos pelo medo

O 14 de julho é em frança um feriado muito importante. Comos todos os anos ha fogos de artificios entre outros espectaculos dependendo das cidades.

Os franceses ja não se sentem seguros que seja em casa ou na rua. Quando pensamos que as coisas se acalmaram, tudo acaba em um fechar de olhos. Que vivemos numa pequena cidade ou numa grande, que sejamos de nacionalidade francesa ou não, um idoso, uma criança ou um adulto, todos ressentem esse medo.

Durante o Euro, tomaram precauçoes pois era um evento que traria muita populaçao e felizmente tudo correu bem. Poucos dias depois da final, então que os franceses assim que turistas aproveitavam desses fogos de artificios, numa noite de calor, calma. Havia alegria nos rostos, estava tudo pacifico.

Eu não vivo na zona, mas pouco importa onde estamos, imaginamos facilmente o horror, o choque e a tristeza desse dia. Alguns de nos ainda nem consegue acreditar, outros poem-se no lugar deles e dão se conta que não importa onde, nem quem, pode acontecer a qualquer momento e qualquer lugar.

 

Chegamos a um ponto que todos os dias pensamos se tudo ira correr bem hoje, chegamos a um ponto em que não sabemos mais se havera amanhã.

 

Não interessa as razões que os levem a tal acto, ninguém esta seguro, todos vivem com um constante medo. Inocentes ou não, idosos ou crianças, franceses ou estrangeiros, não ha do.

 

Eu não sei quando isto vai acabar ou se vai, mas ... TEM QUE ACABAR.

Não so em França mas em todo o lado ! Todas essas pessoas que são hoje estrelas no céu (como costumam dizer), todas estas familias e amigos devastados, todas estas cenas de horror, que seja em França ou outros paises, nada justifica esses actos.

Politica, religiao ou outro, nada justifica acabar com vidas como se fossem folhas de papel. NADA

 

Hoje tenho medo de sair a rua, de ir ao centro comercial, de ir a universidade, de pegar o comboio, de ir a concertos, tenho medo da populaçao nao pelas pessoas mas por medo que aconteça algo.

Pessoas que vemos todos os dias, vizinhos, ou outros, não sabemos.

Como acabar com este horror?

Lets-pray-for-everyone-does-not-matter-where-sayin

 

 

07/07/16

Um pequeno grande desabafo.

Ja faz algum tempo desde a ultima vez que postei algo, e muita coisa aconteceu. Para ser sincera nao acho que tenha mudado muito, tudo apenas se repete.

A minha mãe continua a estragar-se à vida aos poucos, e a fazer comentarios deslocados, como por exemplo "em 2018 ja não estarei viva, ou coisas do genero. Eu ja lhe disse: "antes de falar, pensa no impacto que o que dizes te afectaria se fosse alguém que amas a dizer-te-o"... mas ela simplesmente não quer saber. Mais um pedido de ajuda provavelmente mas... como se pode ajudar alguém que não quer ser ajudado ?
Ou como ajudar alguem que ja foi ajudado mas que decidiu voltar ao sofrimento ? como ajudar alguém que simplesmente não quer mais saber?

Eu não percebo é o porquê dela continuar a culpabilizar os filhos? pouco importa o que fazemos ou dizemos o resultado é o mesmo: so esta bem durante 1 ou 2 dias.

Para além disso... ela culpa os filhos, mas... para ser sincera...Eu não me lembro de uma unica vez que ela realmente se preocupou conosco...

Quando meus irmaos faltavam às aulas, quando eles abandonaram os estudos, quando eles saiam à noite, ou até mesmo à qualquer hora ou momento , ela nunca nos perguntou se iamos bem, como se passou a semana, o que estamos a pensar, a viver, porque abandonaram os estudos , nao ... nada. Ela apenas disse "vocês so contam se quiserem. Eu fico à espera que me digam isso ja que eu pergunto" ok ... bem até posso aceitar. Mas nesse caso... porque nos é que temos que adivinhar quando ela vai bem ou mal ? Porque ela nao nos diz sem termos que perguntar?

Mas na historia, o que me magoa acima de tudo é que ela chega a um ponto em que ela nao quer saber de mais nada. Mas nos culpabiliza de nao nos importarmos...

Ja é a milésima vez que ela desiste de tudo. Ha limites!

Ela agora anda a falar de divorcio. Isso é outro épisodio que estamos fartos de rever. Ela tem razoes para o fazer, e ja tentou mas passado uns meses voltaram juntos. E agora voltam a falar disso e no dia seguinte esta tudo bem, e depois volta, e SEMPRE A MESMA COISA !

Mas porque fazem isso? porque estragam a vida deles neste ciclo e obrigam as pessoas a entrar nesse ciclo ?

O meu irmao mais velho é o unico ainda a viver com eles (devido à alguns problemas) senao eu e o meu outro irmao vivemos em outra cidade.

Sempre que ha algo, a minha mae telefona-me e pede-me para vir para casa, e la vou eu, apanho o autocarro e vou. Mas chegando la, nao apenas ouço tudo o que se passou, mas também me poem na historia... e depois dizem que venho por interesse, que nao me importo com eles...

E eu nunca percebi;.. o meu outro irmao que saiu de casa, nunca ouviu as historias deles, sempre agiu "indiferente". Ele nao quer saber dos problemas e so vai visita-los quando lhe agrada...entao porque que ele nao ouve nenhum comentario/critica?

Em fim, estas historias que se repetem ...estou tão farta... mas é mais forte do que eu. Nao posso apenas ignora-los...
03/04/16

Chega a um ponto em que ja não aguentamos...

Mesmo depois de ter sido hospitalisada, de ter sofrido tanto, de ter passado o aniversario fechada num hospital, a minha mãe não aprendeu a lição. Não sei se ja falei sobre isso no blog (não me lembro) no ano passado, no verão a minha mãe foi hospitalisada, ela teve uma "cirrose" (devido ao excesso consumo de alcool). Durante a sua hospitalização ela deu-se conta do estado que estava, deu-se conta das merdas que fez.

Depois de 3 meses no hospital, e varias consultas médicas e no psicologo, ela voltou para casa. Decidiu mudar, decidiu mudar de modo de vida. Queria estar mais presente na familia, cuidar da familia, da casa, ser feliz. Entao decidiu parar de beber, de controlar a sua vida.

Essa mudança teve efeito. De facto, ela ja não bebia, tentava ter uma familia feliz (fazia bolos todos os dias, tentava estar sempre conosco) mas infelizmente, ela esperava demasiado de nos e acabou por estar um pouco deceptionada. Ela foi forçada a mudar, mas nos não esquecemos o passado. O passado deixou marcas nela e em nos.

Jantar em familia ? Saidas em familia? conversas em familia ? o que é isso ? Eu e os meus irmãos estavamos habituados a ter uma vida que não tinha como centro a familia. Saiamos com amigos sempre que podiamos, as prendas eram apenas de nos (irmãos) e quando estavamos em casa (o pouco tempo que estavamos) era sempre cada um no quarto.

Por um tempo, ela ficou magoada, a dizer que ela mudou, que não somos uma verdadeira familia, que ela queria mudar isso. Durante um tempo ficou amuada, tentei explicar-lhe a situação, os nossos sentimentos (sim porque os meus irmaos nao falavam com os meus pais). Mas em vão.

Hoje as coisas estao melhores, falamos mais, mas ao mesmo tempo, eu e um dos meus irmaos mudamos de casa, estamos mais ausentes e temos vida além da familia (sempre que saio com amigos, ela decide atirar-me isso à cara, e dizer que não faço esforços) é verdade, não faço mais esforços. Mas não me julguem, eu tentei.

 

Sempre fui aquela que a apoiou, mesmo quando ela bebia, mesmo quando ela me magoava, quando insultava-me. Sempre estive presente quando ela esteve no hospital, sempre tentei lembrar-lhe de coisas boas etc.

Mas ha pouco tempo descobri que todo o esforço não serviu de nada. O médico apenas lhe disse "nunca mais volte a beber senão acabou-se tudo para você. O seu figado esta destruido". Adivinhem o que descobri ? Ela voltou a beber !

Ela sempre gostou de beber espumante com o meu pai (como aperitivo), ela quis guardar esse habito e comecou a beber espumante sem alcool. Mas nao durou muito. Ha pouco tempo limpei à casa (uma surpresa para ela que vinha cansada do trabalho) e encontrei uma garrafa de vinho escondida (lembrou-me em Portugal, quando eu limpava SEMPRE a casa por ela nao estar em estado ou estar ocupada) mas pensei: "não, vou fazer confiança nela. Ela não voltou a beber, ainda menos as escondidas." . Algum tempo depois, durante o jantar vejo que ela esta chata (sempre a fazer crises por nada, a chorar) e desconfiei. Olhei o espumente e tinha alcool! Confrontei-a, perguntei o porque, lembrei-lhe das palavras que o medico disse, lembrei-a de tudo o que ela nos fez e o que se fez à ela propria. A sua unica resposta: " é um pedido de ajuda"... tentei falar com ela, e ela chorou agradecendo por eu me preocupar e jurou não voltar a faze-lo. 3 dias depois, ela voltou a beber o espumante (tem pouco alcool, mas é alcool! ) e ela apenas disse : "estou farta da agua, e é bom".

 

Foi ai que desisti. Apenas disse-lhe "se não cuidas de ti, eu não vou mais cuidar."

Desde então fazemos de conta que nada aconteceu. Ela continua a queixar-se que não lhe ligamos nenhuma, que nunca estamos em casa, que não somos uma verdadeira familia.

Eu venho todos os fins de semana, e durante as ferias. Todas as noites, depois do jantar, quando todos vão se deitar eu fico ao pé dela, falo com ela, faço palavras cruzadas etc.

 

Mas ainda hoje, hoje à noite ela esta naquele estado que leva tudo a mal, que apenas ela sofre, fala como se o mundo vira-se a volta dela. E isso apenas lembra-me Portugal, do seu estado. Sinto que ela esta bebeda, chata como quando esta bebeda, e não quero ficar perto dela. As suas conversas de "vou sair de casa', de "voces não gostam de mim", de "estas do lado do teu pai", entre outras, apenas : não, não consigo mais.

Mais sobre mim

imagem de perfil

Arquivo

  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2015
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2014
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em destaque no SAPO Blogs
pub